sábado, 31 de maio de 2014

A crise da espiga


Os agentes económicos, tem tendência para prever e ajustar as suas actividades em consonância com os indícios económicos.
Acontece com frequência nos mercados bolsistas, e com as empresas que tem uma visão do mercado, mais activa.
Passou esta semana a quinta-feira de espiga, e como todos os anos, multiplicaram-se os alguidares nas ruas logo pela manhã cedo.
Lembro que nos anos anteriores, mais precisamente, à 3 ou 4 anos a traz, quando ia procurar pela espiga, a meio da manhã já tinha dificuldade em encontrar que as vende-se.
Ainda à 2 anos, e quando as espigas estavam a ser vendidas por 2€, já não era fácil, embora tenha conseguido comprar uma por volta da hora do almoço.
Mas à crise estava na rua ontem. Eram 5h da tarde, e ainda havia alguidares com muitas espigas para vender.
Não sei qual era o preço, mas pelo facto de não serem agentes económicos regulares, nem regulados, mas sim de vendedores de oportunidade, é manifesta a falha na analise do mercado para o qual estavam a disponibilizar os seu produtos.
Em primeiro, trata-se um um mercado religioso, sendo que os principais utilizadores, estão maioritariamente situados numa faixa etária mais alta, e que nos últimos anos, tem sido penalizados com as medidas implementadas pelo governo. Segundo, o produto a vender, é, digamos de valor acrescentado muito reduzido. Bastaria passar por um baldio, ou terreno abandonado, que qualquer pessoa conseguia fazer a sua própria espiga. Terceiro, o facto de não ser um produto de primeira necessidade, e ser apenas e só um complemento ao bem estar, é logo colocado de lado a quando da decisão de aquisição. Quarto, e embora não eu não tenha conhecimento do valor pedido pelas espigas, não creio que se o preço fosse menos de 1€ o resultado das vendas seriam muito diferentes. E por fim, o trabalho de venda é realizado por pessoas que estão ali, apenas e só, pelo expediente de fazer uns trocos, não pelo facto de fazerem da venda da espiga, um complemento à quadra religiosa que a quinta feira de espiga representa para o cristianismo. Quinta feira de Ascenção ou o dia da hora.
A saber sobre a sua simbologia:
Espiga – pão;
Malmequer – ouro e prata;
Papoila – amor e vida;
Oliveira – azeite e paz; luz;
Videira – vinho e alegria e

Alecrim – saúde e força.

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