Porque é que quando
comemos uma sandes, ou um bolo, fazemos sempre com a parte de baixo
virada para nós?
Eu percebo que quando
comemos uma sopa, ou enchemos um garfo com comida, não se coloque
essa questão, mas uma sandes ou um bolo, não faz sentido.
Não é por virar a
sandes com a parte de cima para baixo ou vice-versa que o alimento
vai saber de forma diferente. Não se trata de uma questão de
degustação ou de sabor, que vai alterar o paladar do alimento.
Isto acontece porque o
Cérebro está formatado para agir, e não para pensar. Estamos a
fazer uma refeição, e todos os alimentos têm de entrar na boca da
mesma forma. Esta é a mensagem que o Cérebro transmite aos sistemas
motores, levando a que os olhos identifiquem os lados do alimento, e
os braços e as mãos actuem em conformidade com a informação enviada.
Não se trata de uma
questão de, ok agora vou começar a pensar em comer de forma
diferente! Talvez de pernas para o ar! Nada disso. Trata-se sim de pensar que quando vamos fazer uma refeição, seja de comida quente, de sandes ou lanche, não
estejamos a comer, só por comer. Não é necessário estar a enfiar
garfadas de arroz para dentro da boca e a pensar que temos que pagar
a conta da electricidade ou que temos de ir a lavandaria, ou que daqui
a 4 horas temos de estar a porta da escola para ir recolher os miúdos. Assim é comer e sofrer.
Há necessidade de parar
para sentir, não pensar, sentir o que esta a ser digerido. Quando os
nutricionistas dizem que as três ou quatro primeiras dentadas (ou
mastigações) são as mais importantes, são porque causam prazer ao
cérebro e por consequência a nós. Sentir o sabor e a textura dos
alimentos, já ninguém faz.
Experimentem saborear um
BigMac. A carne não se vai notar, mas sim os molhos a alface o pão, mas a carne que deveria ser o elemento com mais riqueza calórica não
sabe a nada.
Se continuamos a comer porque é meio dia e já é hora de almoço, vamos ser todos Homer's.
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