domingo, 19 de maio de 2013


18 de Maio, dia da Bênção das fitas em Lisboa.
Por brincadeira, resolvi em conjunto com uma mão cheia de colegas em ir fazer a bênção este ano. De certa maneira fazia-me sentido, pois já falta muito pouco.
Na manhã de 18 de maio, entrei no metro para me deslocar até ao terreiro do paço onde iria-me encontrar com os meus colegas, com o sentimento que seria um elemento estranho dentro daquele meio de transporte. Um individuo na casa dos 40, trajado como um puto que acabou de vir da noite universitária, de capa, emblemas e grelo ponderado.

Mas não podia estar mais errado. Conforme se sucediam as estações, sucediam o desfile de trajados, cujo destino era o mesmo do meu, e com o acumular de trajes, crescia em mim o sentimento de não ter conquistado nada, de ser insignificante. Insignificante, não no sentido de desmérito pelo alcançado, mas sim pela diluição dos números. Não estava sozinho no metro, estava acompanhado com dezenas de outros alunos que também estava a chegar ao fim desta linha, e mais insignificante se tornava à medida que percorria as ruas da baixa e os trajes negros tornavam-se parte da paisagem e alegravam e espantavam os mais incautos que não sabiam o que ali se passava.
Tive, inclusivamente a oportunidade de desenferrujar o meu inglês, para explicar a um casar de turistas o porque daquele aparato todo no metro.
A minha insignificância, era basicamente a dos números… números de alunos que ali estavam, números de professores que ajudaram aqueles alunos ali a chegar, número de testes e elementos de avaliação realizados, e notas atribuídas. Entre os meus poucos 18’s que consegui, imagino a quantidades de 19 e 20 que ali desfilavam. Entre os meus muitos 10’s, imagino a quantidade de 11, 12, etc, até ao 20.
Estes sim, eram insignificantes e diminutos, perante o esforço conjugado de todos os que ali estavam. Toda aquela massa critica, que iria ficar perdida com o vento que soprava para o rio.

Não sei até que ponto, mas de todo o tempo em que ali estive, e apesar das previsões meteorológicas, até ao final da cerimónia, o único momento em que de facto choveu com alguma intensidade, foi precisamente no momento em que estávamos a receber a Bênção pelo Cardeal Patriarca de Lisboa. As pastas elevadas a mostrar as cores dos diferentes cursos, e a serem abençoadas pelas águas de S. Pedro.
A minha maior esperança é que a água que caiu venha regar a vida em todos os que por ela foram abençoados.
Que o futuro seja melhor amanhã.

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