quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Futebol e os outros.


Ontem a Selecção Nacional carimbou o passaporte para o Euro, como se costuma dizer agora. Por motivos pessoais não vi o jogo. A opção é claramente benefício pessoal em detrimento de 90” de Sofá a acumular calorias nas massas adiposas.
Mas esta escolha não é o problema, pois cada um faz as opções que acha que deve fazer.
A questão é que no dia seguinte ao jogo (hoje), enquanto tomava o Pequeno-almoço, via meia dúzia de notícias na SIC Noticias. Para alem dos Golos, que vi pela primeira vez, deram uma pequena reportagem feita por uma jovem jornalista, em que o objecto de estudo era as pessoas que na hora do jogo, não estavam a acompanhar a prestação da nossa Selecção.
Tudo corria bem, entre entrevistados que estavam a trabalhar ate pessoas que tinham acabado de sair do trabalho e já não podiam ver o jogo, até que a jovem jornalista entrevistou um Senhor que estava à mesa de um Restaurante a Jantar com outra pessoa, e este disse que preferia estar alia a conversar e a desfrutar do momento do que estar a ver a Televisão. Como se este senhor teve-se cometido um crime, a jovem jornalista questionou porquê, visto que era a Selecção e esta estava a jogar um jogo importantíssimo (na óptica dela), o Senhor teve que esclarecer que não era pelo facto de não gostar de Futebol ou qualquer outro tipo de hipóteses que se pudessem considerar, mas estava ali porque preferia estar a debater assuntos, fossem eles banais ou não com outra pessoa do que estar a ver o ego de uma dúzia e meia de pessoa a desfilar a frente dele.
Isto levantou-me duas dúvidas. A primeira é que os Meios de Comunicação estão ou querem tomar o lugar das células cinzentas que nos temos no nosso organismo, evitando assim que nós nos cansemos a pensar. A segunda é como é que é possível que haja pessoas que preferem estar a vegetar em frente a uma máquina, mesmo que seja com bonecos, em vez de estarmos a socializar-nos com outras pessoas.
É a sociedade actual.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ricos e mal agradecidos.


É no mínimo uma situação caricata, a posição da Banca Nacional perante a linha de crédito que o Estado Português conseguiu para a recapitulação desta.
Acho que os Srs. têm memória curta. Será que já se esqueceram quem foi a correr ao gabinete do Primeiro-ministro no início do ano, porque não tinham dinheiro? Podemos agradecer a muitos governos os défices sucessivos em que estamos metidos, mas podemos agradecer à Banca Nacional a entrada da Troika na gestão das nossas contas Nacionais.
Medo de nacionalizações? O Governo esta a fazer um favor e estes tem medo de serem nacionalizados? Logo com este Primeiro-ministro que tinha no Programa de Governo apresentado nas eleições a Privatização da CGD! Numa altura em que existe um pacote de privatizações para serem realizadas até ao final do Memorando, os Banqueiros estão com medo de Nacionalizações? Existe um ditado Português que diz “Pobres e mal agradecidos”, acho que esta na altura de alterar-mos o ditado para “Ricos e mal agradecidos”.
É claro que o Governo também tem culpa no cartório pela tomada de posição deste sector de actividade. Eu sei que não é função do Estado a gestão de empréstimos concedidos, pelo menos em parte, mas começo a acreditar que a teoria de recapitalizar os Bancos para que estes possam conceder crédito à actividade económica nacional, não será a mais apropriada. Porque é que o Estado não pega nos 12 mil milhões e concede empréstimos directos as PME e outras industrias com necessidades de financiamento?
Para termos uma ideia abstracta de quanto é 12 mil milhões ou 109, lembro que a população Portuguesa é 10 milhões de habitantes. Isto quer dizer que se não me falha os zeros, com esta linha de crédito, cada português tinha acesso a 1.200€. Já dava jeito para as compras de Natal.