Ontem a Selecção Nacional carimbou o passaporte
para o Euro, como se costuma dizer agora. Por motivos pessoais não vi o jogo. A
opção é claramente benefício pessoal em detrimento de 90” de Sofá a acumular
calorias nas massas adiposas.
Mas esta escolha não é o problema, pois cada um faz
as opções que acha que deve fazer.
A questão é que no dia seguinte ao jogo (hoje),
enquanto tomava o Pequeno-almoço, via meia dúzia de notícias na SIC Noticias.
Para alem dos Golos, que vi pela primeira vez, deram uma pequena reportagem
feita por uma jovem jornalista, em que o objecto de estudo era as pessoas que
na hora do jogo, não estavam a acompanhar a prestação da nossa Selecção.
Tudo corria bem, entre entrevistados que estavam a
trabalhar ate pessoas que tinham acabado de sair do trabalho e já não podiam
ver o jogo, até que a jovem jornalista entrevistou um Senhor que estava à mesa
de um Restaurante a Jantar com outra pessoa, e este disse que preferia estar
alia a conversar e a desfrutar do momento do que estar a ver a Televisão. Como
se este senhor teve-se cometido um crime, a jovem jornalista questionou porquê,
visto que era a Selecção e esta estava a jogar um jogo importantíssimo (na
óptica dela), o Senhor teve que esclarecer que não era pelo facto de não gostar
de Futebol ou qualquer outro tipo de hipóteses que se pudessem considerar, mas
estava ali porque preferia estar a debater assuntos, fossem eles banais ou não
com outra pessoa do que estar a ver o ego de uma dúzia e meia de pessoa a
desfilar a frente dele.
Isto levantou-me duas dúvidas. A primeira é que os
Meios de Comunicação estão ou querem tomar o lugar das células cinzentas que
nos temos no nosso organismo, evitando assim que nós nos cansemos a pensar. A
segunda é como é que é possível que haja pessoas que preferem estar a vegetar
em frente a uma máquina, mesmo que seja com bonecos, em vez de estarmos a
socializar-nos com outras pessoas.
É a sociedade actual.